Oración , Preghiera , Priére , Prayer , Gebet , Oratio, Oração de Jesus

http://www.midbar.it/images/home_1_00.jpg  
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA:
2666. Mas o nome que tudo encerra é o que o Filho de Deus recebe na sua encarnação: JESUS. O nome divino é indizível para lábios humanos mas, ao assumir a nossa humanidade, o Verbo de Deus comunica-no-lo e nós podemos invocá-lo: «Jesus», « YHWH salva» . O nome de Jesus contém tudo: Deus e o homem e toda a economia da criação e da salvação. Rezar «Jesus» é invocá-Lo, chamá-Lo a nós. O seu nome é o único que contém a presença que significa. Jesus é o Ressuscitado, e todo aquele que invocar o seu nome, acolhe o Filho de Deus que o amou e por ele Se entregou.
2667. Esta invocação de fé tão simples foi desenvolvida na tradição da oração sob as mais variadas formas, tanto no Oriente como no Ocidente. A formulação mais habitual, transmitida pelos espirituais do Sinai, da Síria e de Athos, é a invocação: «Jesus, Cristo, Filho de Deus, Senhor, tende piedade de nós, pecadores!». Ela conjuga o hino cristológico de Fl 2, 6-11 com a invocação do publicano e dos mendigos da luz (14). Por ela, o coração sintoniza com a miséria dos homens e com a misericórdia do seu Salvador.
2668. A invocação do santo Nome de Jesus é o caminho mais simples da oração contínua. Muitas vezes repetida por um coração humildemente atento, não se dispersa num «mar de palavras», mas «guarda a Palavra e produz fruto pela constância». E é possível «em todo o tempo», porque não constitui uma ocupação a par de outra, mas é a ocupação única, a de amar a Deus, que anima e transfigura toda a acção em Cristo Jesus.

Arquivo do blogue

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Oração de Jesus : A diferença entre oração Cristã e os (perigosos) mantras hindus.

 



Um dos maiores dons espirituais que o Ancião Paisios me ofertou ao longo do caminho de sua orientação mística, foi o conhecimento a respeito da Oração de JesusIsso começou no início de nossa relação, e se deu continuidade até o seu repouso, doze anos depois.
A Oração de Jesus consiste na repetição da frase "Senhor Jesus Cristo, tende piedade de mim." 
Esta oração não é recitada como um mantra, mas como uma oração para a Pessoa de Cristo.
A oração, como aprendi, é uma relação entre duas pessoas, Deus e o homem, que se deslocam em direção Um ao outro. 
Assim, a rapidez ou lentidão com que uma pessoa avança na oração depende tanto da vontade humana quanto da Divina. A liberdade de Deus, em Sua soberania e a liberdade do homem em poder escolher são sempre 
resguardadas. O homem oferece a sua boa intenção, seu esforço, seu desejo de se aproximar de Deus. Deus,  por Sua vez, oferece a Sua graça....
Então, quando os iogues afirmam que a Oração de Jesus assemelha-se aos seus mantras, o que eles tentam fazer é  encaixar a Oração de Jesus em seus parâmetros. 
Naturalmente, há sim semelhanças, assim como há também enormes diferenças, pois podemos constatar que uma mesa e um cavalo tem ambos quatro pernas, mas tal ponto de semelhança não poderia fazer ninguém concluir que os dois são a mesma coisa, sem estar cometendo um equivoco terrível.  
Tal como esta comparação absurda é o  erro que os iogues cometem quando afirmam que a Oração de Jesus é "uma espécie de mantra".
 Uma breve análise das diferenças essenciais entre a  Oração de Jesus e um mantra será o necessário para oferecer a todos aqueles com a mente aberta, os meios apropriados para que cada um tire as suas próprias conclusões.  Primeiramente, devemos considerar como a tradição ortodoxa entende o significado da Oração de Jesus: 
                  "Senhor Jesus Cristo, tem misericórdia de mim. "
A palavra" Senhor "é o nome de Deus mais freqüentemente encontrada no Antigo Testamento, e sua fórmula muitas vezes repetida: "Assim diz o Senhor ..." ou como nos Mandamentos: "Eu sou o Senhor teu Deus". 
Quando os cristãos ortodoxos se referem a Jesus Cristo como "Senhor," eles  estão confessando que Ele é o Deus do Antigo Testamento, O  que falou com os patriarcas : Abraão, Isaac e Jacó, e esta palavra também se refere é a Pessoa que deu a Lei a Moisés. 
Em outras palavras, Aquele que falou aos profetas não era Outro senão a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, que mais tarde, Encarnou e foi Unido com a natureza humana na Pessoa de Jesus Cristo. 
Por outro lado, quando dizemos "Senhor Jesus Cristo" com fé, com toda a força do nosso coração, estamos sob a influência do Espírito Santo. Como diz São Paulo: "e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo."(1 Coríntios 12:3).  
Tendo reconhecido pessoalmente a existência de Deus fora e além do seu próprio ser, pela graça  de Deus, o cristão pede "misericórdia". O Ancião Paisius me disse certa vez, "A misericórdia abrange todas as coisas: o amor, o perdão, a cura, a restauração, o arrependimento, tudo cabe dentro da palavra 'Misericórdia."
É portanto a misericórdia de Deus que torna possível a purificação do arrependimento, a eliminação das paixões, a iluminação do Nous, e por fim, a Theosis. Em minha busca  aprendi que a salvação vem da misericórdia de Cristo, o único Salvador da humanidade, não da  minha inteligência, do meu orgulho, dos meus esforços, obras ou técnicas de yoga. A Salvação e a Theosis são tão preciosas que é impossível para alguém as conquistas as custas de qualquer esforço ou por  qualquer trabalho ascético, pois nada seria equivalente a até mesmo uma fração menor do Seu valor. 
Com efeito, a partir de minhas conversas com outros padres que se dedicavam a  Oração de Jesus e pela minha própria  experiência,  sei muito bem que a oração é um dom de Deus. Nada é conquistado sozinho pelo trabalho humano, pois Cristo disse: "Sem Mim nada podeis fazer" (João 15:5), e como o apóstolo Tiago, testemunha: "Cada boa dádiva e todo dom perfeito vem de cima, e desce do Pai das luzes "(Tiago 1:17).  Assim como Deus nos concedeu existência, da mesma forma  Ele gradualmente nos concede a conhecê-Lo e estar unido com Ele, através da oração, levando-nos finalmente para a vida eterna. 
Agora,  passemos a analisar como os iogues veem  um mantra. 
Em primeiro lugar, há muitos mantras, e cada um refere-se a um dos  muitos deuses do panteão hindu, tais como Krishna, Rama, Vishnu, ou a deusa Kali. 
Não há regra específica para os mantras iogues; mas em vez disso, suas explicações são adaptadas à receptividade de cada ouvinte. Para os iniciantes que não estão dispostos a adorar ídolos, os iogues dão uma pseudo-explicação científica, mecanicista: eles afirmam que os benefícios acumulados, repetindo o mantra são devidos a algumas freqüências produzidas pela sua pronúncia,que causam "vibrações espirituais" que ativam os"centros espirituais" do homem. (No entanto, a existência desses centros no homem só pode ser considerada com base na decisão voluntária da pessoa de acreditar na validade desse ensino).
 Para aqueles que estão inclinados para um tipo de interpretação  psicológica, os iogues apresentam a repetição de um mantra como uma espécie de auto-sugestão que permite a melhor analise do "seu mundo interior".
 Ao abordar aqueles que se tornaram mais envolvido com o hinduísmo, e que portanto pode acreditar na existência de muitos deuses, os iogues afirmam que o fiel recebe a bênção do deus que está sendo chamado através do mantra. 
O que então constitui a infinita distância que separa a cristã Oração de Jesus do mantra hindu é que este ultimo justamente esconde aquilo que ele pretende invocar para dentro de cada alma. É a recitação cifrada da invocação de um deus.  Através da boca do Santo Profeta Davi, Deus declara: "Todos os deuses das nações são idolos "( Salmos 96:5) - Em  outras palavras, por trás dos nomes de Krishna, Rama, ou Shiva, temos demônios à espreita. 
Uma vez que são invocados pelo uso do mantra, a porta está aberta para o diabo começar a desenvolver suas produções teatrais, utilizando sons, imagens,sonhos e todos os recursos da imaginação, a fim de arrastar o homem para o mais profundo engano. 
Outra diferença significativa entre a Oração de Jesus e o  mantra hindu é a constatação do ponto de vista diametralmente oposto das duas religiões em relação a própria compreensão do sujeito humano. Lembro de uma conversa que tive com um iogue depois que ele me deu permissão para começar a praticar alguma das suposta "poderosas técnicas" da ioga. Eu disse a ele:  "São boas as  técnicas, mas o que acontece com a paixões humanas da cobiça,o desejo de poder,a vaidade e egoísmo? Não devemos nos preocupar com estas paixões? " Elas vão desaparecer , ele respondeu," através da prática das técnicas." Mas retruquei :"Será que eles simplesmente desaparecem?. " E ele respondeu" Sim, eles desaparecem automaticamente, enquanto você está praticando o técnicas." 
Vejamos que afirmação surpreendente: Exercícios físicos podem acabar com as inclinações que a alma de uma pessoa adquiriu na vida através de escolhas conscientes! 
Contudo, a realidade é outra :homem, dotado de auto-determinação e sendo um agente moral livre, pode alterar o aspecto consciente da sua personalidade e o seu sentido moral apenas pelo uso de sua própria vontade, para tomar decisões conscientes em situações da vida real. Qualquer que fossem os meios externos que automaticamente fizessem  induzir essa mudança na consciência de uma pessoa sem o seu consentimento, significaria uma desconsideração do livre-arbítrio do homem, a destruição de sua vontade e  liberdade, reduzindo o homem a um fantoche sonâmbulo, manipulados por cordas como um títere. 
A Fé Cristã Ortodoxa , ao contrário, reconhece e honra o dom da liberdade humana, como sendo uma característica divina. Este reconhecimento  ajuda o homem a desenvolver-se como um ser livre. Justamente por conta do ser humano ter liberdade de escolha, as respostas as questões humanas são muitas vezes imprevisíveis, e por isso não podem ser limitadas aos reflexos de um mecânico fechado, sistemático. 
É em razão disso, que a Ortodoxia não é inflexível sobre as técnicas e métodos, mas com liberdade e com respeito a condição de cada individuo, a Ortodoxia procura o coração humano, estimulando o indivíduo a fazer o que é bom, o indicando uma postura moral adequada da alma diante de Deus, algo que cada individuo deve escolher livremente abraçar. 
O genuíno desenvolvimento espiritual implica no aprofundamento da familiaridade com Deus e com o próprio eu, adquirido através de escolhas morais que uma pessoa faz livremente, nas profundezas do seu coração. 
O progresso espiritual é  produto da maneira como o homem busca se relacionar com ele próprio e com Deus, através do melhor uso da sua liberdade moral inata. 
É por isso que Cristo Disse: "
Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo "(Mateus 16:24) . Ou seja, sem ser enganado, sem estar psicologicamente compelido, e sem ser forçado, pois qualquer um desses meios são totalmente inadequados  a nobreza da vida espiritual cristã. 
O Ancião Porphyrios teve um pequeno papagaio, o qual ensinava a rezar, a fim de ilustrar o absurdo de algumas repetições de palavras vazias que alguns cristãos entendiam equivocadamente como sendo orações, e da mesma forma, indicando o  quão ridícula era a opinião comumente apresentada pelas  religiões orientais, sobre alguém pode fazer avanços morais através de exercícios físicos ou modos especiais (técnicas) de respiração.  Todas as tantas vezes que o papagaio mecanicamente dizia: "Senhor, tem piedade." O ancião respondia: "Olhem, o papagaio pode dizer a oração, mas isso significa que ele está orando? Claro que não ! Pois pode  
existir alguma oração sem a participação consciente e livre da  pessoa que reza? " 

Dionysios Farasiotis (The Gurus, Young Man, and Elder Paisios,   Irmandade de São Herman do  Alaska, 2008, pp 276-285.)

http://cetroreal.blogspot.com/2010/08/oracao-de-jesus-diferenca-entre-oracao.html